Dentro da minha caixa torácica,
o meu coração desfez-se em mil e dois pedaços de dor.
E é a esperança devoradora, esperança incurável de acreditar
que talvez, por acaso, queiras colá-los um à um.
Meu mundo, porque é que és tão incurável?
porque é quando mentes eu sei?
É crime querer ser ingénua, só para não doer?
Ou é crime recusar-se a cegueira e absorver o que mais desfaz?
E inflama, e rói, é um rasgão,
e não consigo curá-lo,
e as minhas unhas arranham-te as costas até sangrar...
so que tu deixas, mal reparas
não pegas em mim...
Que mundo tão cão, por dar-me tudo o que eu quero
e depois envenená-lo tão cruelmente num cálice de mágoa...
Mas eu beberei, beberei até ao fim...
Meu amor, as palavras não bastam.